Autor: Miguel A. G. Martinez
Obs. O número de casos e óbitos constantes dos gráficos correspondem à média móvel de sete dias, onde o dia considerado está no centro desses sete dias.
Considera-se o início no dia 20/03, quando há um total de 5 óbitos totais notificados. A média móvel semanal dos óbitos diários notificados começam a estabilizar no dia no dia 08/06 (81 dias após o dia inicial 20/03).
Esse período corresponde a praticamente o dobro do tempo em que isso ocorreu nos outros países. No entanto, a partir do dia 16/06, essa média começou a subir novamente, e rapidamente. A causa pode ser atribuída à flexibilização social que ocorreu a partir do início do mês de junho, que está se agravando mais ainda nos últimos dias. Aqui, explicamos um pouco melhor como são feitos os cálculos para esta média móvel.
O número de casos diários está mostrado dividido por 10. A subnotificação de casos que ocorreu em SP nos dias 17 e 18/06, já foi corrigida.
A média móvel semanal dos casos diários notificados tiveram uma tendência de estabilizar entre o dia 01/06 (74 dias após o dia inicial 20/03) e 11/06). Esse período também é da ordem do dobro do tempo em que isso ocorreu nos outros países. No entanto, a partir de 11/06, esses casos começaram a subir novamente e a tendência é que continuem a subir, não sendo recomendável manter a flexibilização do isolamento social que está sendo adotada em vários estados.
É consenso que o óbito ocorre em média de 8 a 12 dias após o início dos sintomas (Imperial College London). Portanto a diminuição dos óbitos diários notificados ocorreria depois da diminuição dos casos notificados. Isso não ocorre no gráfico acima. O início da diminuição de óbitos notificados ocorre até após a diminuição de casos notificados. A demora dos resultados dos testes deve fazer esse deslocamento da curva de casos. O número de casos notificados a cada dia deve corresponder ao que ocorria, em média, 10 dias atrás.
Considerando o atraso na notificação de casos e a taxa de 1,38% entre o número de óbitos e o número de casos (Imperial College London), o número de casos reais totais no Brasil é atualmente, da ordem de 5 vezes o número de casos totais notificados. Essa conclusão pressupõe que o número de casos notificados esteja correto. Essa hipótese já é assunto para um próximo estudo, onde a questão do excessivo número de óbitos por SRAG, em relação aos anos passados, deve ser incluída.
