Coordenador na Rede Análise ( @redeanalise); Analista de Dados / Pesquisador; TEDx speaker; Pessoa com autismo; O sobrenome pronuncia CHUÁRTI ZÁUPITI!
Olá, pessoal! Queria ter feito esse fio mais cedo, mas estou muito atarefado por aqui!
Vamos dar uma olhada em como está a covid-19 no Brasil e no mundo com os dados que temos atualmente?
Então vamos lá!
Os dados de casos e óbitos que temos para o Brasil são até 04/03/23, mas lembro que vão ser atualizados semanalmente daqui pra frente. Assim que eu pegar o dia exato da divulgação, eu transformarei o histórico em semanal também para comparamos melhor.
O que vemos é um crescimento de notificações de casos nos últimos vinte dias, MAS não sabemos se já é um lançamento semanal (ou seja, estamos comparando uma semana com um dia, e aí vai parecer crescimento mesmo), ou se é realmente um crescimento.
Aqui a região Centro-Oeste:
A tendência de crescimento no indicador "casos" aparece em todas as regiões do Brasil, corroborando os outros dados que mostram que estamos em (mais) um início de onda.
Importante lembrar: os casos estão MUITO subnotificados, então é daqui pra MAIS. Aqui a região Nordeste:
A região Norte já mostra aumento nos óbitos também, além dos casos, e foi onde vimos primeiro o aumento.
Condiz com o período histórico (a virada do ano e os primeiros meses são sempre o período onde a região Norte tem ondas de doenças respiratórias).
Aqui o @AndersonBrito_ nos traz um tweet que mostra o “inverno amazônico”, que é o período onde as ondas de SRAG (Síndrome Respiratória Aguda Grave) ocorrem na região Norte:
Aqui temos a região Sudeste, também com tendência de crescimento nos últimos 20 dias:
E aqui a região Sul, que é onde a tendência de reversão fica mais explícita.
Torço para que seja um passo rumo à previsibilidade das ondas anuais, como era antes da covid-19, mas acredito ser muito cedo para dizer isso. Com previsibilidade, é bem mais fácil tomar decisões!
Importante: neste mesmo painel (http://bit.ly/Rede_CasosObitosTaxa) temos uma aba que traz dados de todos os países do mundo.
Nessa aba também tem o Brasil, mas aí os "buracos" da falta de atualização diária já estão aparecendo.
Assim a tendência NESSA aba é de queda.
Quando olhamos os dados de SRAG (por todas as causas) no SIVEP-GRIPE, vemos que também aparece uma tendência de aumento de notificações.
Aqui eu trago o gráfico com todo o período da pandemia, para vermos como as vacinas REALMENTE REDUZEM MUITO a gravidade da doença:
Aqui uma olhada nos últimos 11 meses.
Vemos que foram 246.145 notificações de SRAG por todas as causas de 06/06/22 a 06/03/23, e aqui fica mais visível a mudança de tendência (de queda pra aumento bem leve) nos últimos dias:
Aqui o painel do último boletim Infogripe (http://bit.ly/mave-infrogripe-boletim-atual-fiocruz)
Mais um indicador que também mostra essa mudança de tendência (probabilidade de crescimento em vários estados/regiões):
Para comparação, aqui os dados de 2019.
Foram 43.725 notificações de SRAG no ano todo.
Mesmo que tivéssemos menos notificações em 2019, foram cinco vezes e meia menos do que as 246 mil dos últimos 11 meses.
Eu ainda tirei a onda da omicron de janeiro/22 do cálculo!
Recapitulando:
2019: 43.725 casos de SRAG
2022: 507.004 casos de SRAG
Últimos 11 meses (06/22 a 03/23): 246.145 casos de SRAG.
Está muito, muito longe do pré pandemia, entendem? Esse é o ponto que sempre trago!
Outro fato importante: temos uma nova variante tomando espaço, e uma variante com um escape que preocupa.
Primeiro de tudo, um fio da @mellziland falando sobre essa variante e esse escape:
Agora um vídeo que fiz para explicar de forma rápida como visualizar esse ganho de espaço no painel de variantes da @redeanalise:
Nesse painel de variantes, conseguimos ver claramente como a transmissão continuada propicia oportunidades de mutação para o vírus, que por sua vez vai causando ondas e ondas.
Vejam o período todo da pandemia no Brasil (cada cor é uma variante):
Então temos:
– Dados de casos;
– Dados de SRAG;
– Dados de variantes;
Todos corroborando essa onda. Temos mais algum dado? Sim! As hospitalizações de pessoas com confirmação de covid-19 no estado de SP. Aqui temos dados de enfermaria:
E aqui dados de UTI.
Como interpretar esse gráfico?
– A linha fina mostra o número de pacientes ocupando leitos;
– A hachura azul mostra o número de leitos totais disponíveis.
Dessa forma conseguimos ver tanto tendência de crescimento/queda quanto ocupação de UTI!
Resumo:
– As ondas atuais não são mais "tsunamis" como antes das vacinas, mas ainda são ondas, ou seja: há um aumento da transmissão! Vale a pena reforçar o cuidado.
Vacine-se!
Se tiver sintomas, use máscara!
Prevenção FAZ BEM!
Um exemplo muito bom de como prevenção faz bem é o Chile, nosso vizinho. Vejam que eles estão em uma clara onda, como nós. A curva de casos mostra isso.
Ok, eles estão em uma onda, mas qual a diferença? Bom…vocês viram a cobertura vacinal do Chile?
140% para doses de reforço! Como esse dado envolve TODAS as doses de reforço, se todos tomassem duas, seriam 200% da população, entendem?
Pois bem: o Brasil está com 58%!!
Vemos os 140% em ação ao olhar para as hospitalizações em UTI no Chile!
Depois de junho/22 elas caíram para o mínimo histórico e não sobem mais com picos aparentes.
Reforço que isso pode ser reduzido mais ainda com redução de transmissão, mas já está muito bom, não é?
Espero ter ajudado a todos que ainda querem saber como estão os dados de covid-19 por aqui! Quaisquer dúvidas ou dados que não trouxe, podem sempre me chamar por aqui ou por DM, ok?
Um abraço e ótimo final de semana pra todo mundo! //fim
Para acessar os paineis utilizados neste fio:
Originally tweeted by Isaac Schrarstzhaupt (@schrarstzhaupt) on 11 de March de 2023.